quinta-feira, 29 de julho de 2010

PASSEIO SOCRÁTICO-Frei Betto











Ao viajar pelo Oriente mantive contatos com monges do Tibete, da
Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos,
recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.

Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?


Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e
perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'.
Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...'. 'Que
tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura,
piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada.
Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de
meditação!'

Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente
equipados, mas emocionalmente infantilizados.

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis
livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu
quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra!

Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos
virtuais. E somos também eticamente virtuais...

A palavra hoje é 'entretenimento' . Domingo, então, é o dia nacional da
imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e
se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este
refrigerante, calçar este tênis, usar esta camisa, comprar este carro,
você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um
analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista.

Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental, três
requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de
estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil,
constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shoppings
centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não
se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de
domingo.

E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos,
crianças de rua, sujeira pelas calçadas... Entra-se naqueles claustros
ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar
dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os
veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial,
sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se
sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia
pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald's...

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas:

Estou apenas fazendo um passeio socrático. Diante de seus olhares
espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de
descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:

"Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz!"

Solidão Contente






O que as mulheres fazem quando estão com elas mesmas


Ontem eu levei uma bronca da minha prima. Como leitora regular desta coluna, ela se queixou, docemente, de que eu às vezes escrevo sobre “solidão feminina” com alguma incompreensão.

Ao ler o que eu escrevo, ela disse, as pessoas podem ter a impressão de que as mulheres sozinhas estão todas desesperadas – e não é assim. Muitas mulheres estão sozinhas e estão bem. Escolhem ficar assim, mesmo tendo alternativas. Saem com um sujeito lá e outro aqui, mas acham que nenhum deles cabe na vida delas. Nessa circunstância, decidem continuar sozinhas.

Minha prima sabe do que está falando. Ela foi casada muito tempo, tem duas filhas adoráveis, ela mesma é uma mulher muito bonita, batalhadora, independente – e mora sozinha.

Ontem, enquanto a gente tomava uma taça de vinho e comia uma tortilha ruim no centro de São Paulo, ela me lembrou de uma coisa importante sobre as mulheres: o prazer que elas têm de estar com elas mesmas.

“Eu gosto de cuidar do cabelo, passar meus cremes, sentar no sofá com a cachorra nos pés e curtir a minha casa”, disse a prima. “Não preciso de mais ninguém para me sentir feliz nessas horas”.

Faz alguns anos, eu estava perdidamente apaixonado por uma moça e, para meu desespero, ela dizia e fazia coisas semelhantes ao que conta a minha prima. Gostava de deitar na banheira, de acender velas, de ficar ouvindo música ou ler. Sozinha. E eu sentia ciúme daquela felicidade sem mim, achava que era um sintoma de falta de amor.

Hoje, olhando para trás, acho que não tinha falta de amor ali. Eu que era desesperado, inseguro, carente. Tivesse deixado a mulher em paz, com os silêncios e os sais de banho dela, e talvez tudo tivesse andado melhor do que andou.

Ontem, ao conversar com a minha prima, me voltou muito claro uma percepção que sempre me pareceu assombrosamente evidente: a riqueza da vida interior das mulheres comparada à vida interior dos homens, que é muito mais pobre.

A capacidade de estar só e de se distrair consigo mesma revela alguma densidade interior, mostra que as mulheres (mais que os homens) cultivam uma reserva de calma e uma capacidade de diálogo interno que muitos homens simplesmente desconhecem.

A maior parte dos homens parece permanentemente voltada para fora. Despeja seus conflitos interiores no mundo, alterando o que está em volta. Transforma o mundo para se distrair, para não ter de olhar para dentro, onde dói.

Talvez por essa razão a cultura masculina seja gregária, mundana, ruidosa. Realizadora, também, claro. Quantas vuvuzelas é preciso soprar para abafar o silêncio interior? Quantas catedrais para preencher o meu vazio? Quantas guerras e quantas mortes para saciar o ódio incompreensível que me consome?

A cultura feminina não é assim. Ou não era, porque o mundo, desse ponto de vista, está se tornando masculinizado. Todo mundo está fazendo barulho. Todo mundo está sublimando as dores íntimas em fanfarra externa. Homens e mulheres estão voltados para fora, tentando fervorosamente praticar a negligência pela vida interior – com apoio da publicidade.

Se todo mundo ficar em casa com os seus sentimentos, quem vai comprar todas as bugigangas, as beberagens e os serviços que o pessoal está vendendo por aí, 24 horas por dia, sete dias por semana? Tem de ser superficial e feliz. Gastando – senão a economia não anda.

Para encerrar, eu não acho que as diferenças entre homens e mulheres sejam inatas. Nós não nascemos assim. Não acredito que esteja em nossos genes. Somos ensinados a ser o que somos.

Homens saem para o mundo e o transformam, enquanto as mulheres mastigam seus sentimentos, bons e maus, e os passam adiante, na rotina da casa. Tem sido assim por gerações e só agora começa a mudar. O que virá da transformação é difícil dizer.

Mas, enquanto isso não muda, talvez seja importante não subestimar a cultura feminina. Não imaginar, por exemplo, que atrás de toda solidão há desespero. Ou que atrás de todo silêncio há tristeza ou melancolia. Pode haver escolha.

Como diz a minha prima, ficar em casa sem companhia pode ser um bom programa – desde que as pessoas gostem de si mesmas e sejam capazes de suportar os seus próprios pensamentos. Nem sempre é fácil.

Ivan Martins,
editor-executivo de ÉPOCA

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Para evoluir precisamos de conscientização

Deus é o criador, mantenedor e coordenador de todas a coisas; nosso criador que nos deu o livre-arbítrio, para nos ajudar a nos tornarmos perfeitos, segundo a nossa própria vontade. Ele colocou a Sua essência em cada um de nós, portanto, somos nossos Deuses, porque nossa essência é a essência d’Ele.

A essa nossa essência, damos o nome de EU SOU. O nosso EU SOU está acima de nós, mas em nós, unido as nossas camadas corpóreas (corpos etéricos), então, ele é nosso colaborador e não permite que esqueçamos aquilo que aprendemos, além de partilhar de uma consciência plena, desde que usemos nosso livre-arbítrio para deixá-lo nos trabalhar.

Com o passar dos anos e através das experiências que vamos vivenciando, na família, na escola e na sociedade, permitimos que o nosso EGO cresça e assuma o papel de colaborador em substituição ao nosso EU SOU, e como nos conhece melhor que nós mesmos, ele faz algumas de nossas vontades enquanto nos aprisiona, cada vez mais.

O EGO é o escravizador que mantém refém o escravo, até que este tome consciência e lute por sua liberdade. Ele nos dá o prazer, a satisfação momentânea, temporária e falsa de estarmos no comando e embora todos saibamos disso, o que fazemos?

A resposta mais sincera é que nos deliciamos com aquilo que o EGO nos proporciona e nos aprisionamos ainda mais, a ponto de ficarmos completamente entregues, afinal parecemos, a nós mesmos, que estamos felizes!

Enquanto não nos lembramos das experiências passadas e de outras vidas, o EGO não as esquece! Vai burilando-nos, calma e gradativamente. Realiza um desejo aqui, nos dá um prazerzinho ali, nos coloca alguns pequenos obstáculos para que os vençamos e nos sintamos mais confiantes, nos presenteia com algo que desejamos, satisfaz alguns anseios profissionais e nos coloca de volta ao ponto de partida, engrossando um carma de outras vidas ou um sofrimento que, ainda que momentâneo, poderá levar o resto desta vida para ser superado, se o for.

Vou citar aqui, alguns defeitos do EGO, sendo que provavelmente, nós já passamos por alguns deles, ainda que não admitamos:

■Fofocar = Quem nunca falou mal de alguém para uma outra pessoa, mesmo que seja num momento de raiva? E há aqueles, que falam mal de um semelhante exatamente para uma pessoa que possa prejudicar esse semelhante, ou seja, falam mal com endereço certo.
■Mentir = Quem já não contou uma mentira, mesmo que seja uma mentirinha? E há aqueles, que não passam um dia sem contar uma mentira e, pior ainda, há os que mentem para se enaltecer, para não ficar por baixo de uma situação ou uma pessoa, acumulando o erro com o orgulho.
■Roubar = Quem não pegou algo emprestado, sem a menor má intenção, mas esqueceu de devolver? E há aqueles, que quando lembram, convencem a si mesmo que aquele objeto não fará falta àquela pessoa que emprestou e, pior ainda, existem os que o fazem de forma premeditada. Alguém vai dizer, mas isso não é roubo, por que roubo é uma palavra muito forte, mas se não for roubo, é o que?
■Humilhar = Quem de nós, nunca humilhou um semelhante, mesmo que tenha sido sem querer? E há aqueles, que se especializam em humilhar, principalmente nas empresas e organizações e, pior ainda, existem os que trabalham voluntariamente em obras assistenciais e utilizam a humilhação como forma de aparecer e em suas orações cobram o serviço prestado a Deus, como se Ele estivesse em débito, quando na verdade, a pessoa é que contraiu um débito com Deus e consigo mesma.
■Vícios = Qual de nós nunca teve um vício, mesmo que seja quase imperceptível? E há aqueles que tomam consciência que seu vício está se tornando uma doença e nada fazem para se livrar, ou pior ainda, dizem a quem deseja ouvir; “mas eu faço por que gosto e só quando tenho vontade”. Vai um cigarrinho aí?
■Palavrões = Quem nunca proferiu um palavrão? E há aqueles, que fingem nem perceber, mas não falam dez palavras, sem que onze sejam palavrões ou derivados, ou pior ainda, dizem que só falam palavrões por causa do meio em que vivem, como se existisse uma vida inferior à outra. Todos somos iguais e se há diferença entre classes sociais, somos nós que incentivamos que essa diferença se acentue e se perpetue.
■Aproveitar = Qual a pessoa que descobriu que recebeu um troco errado e não arranjou uma desculpa para não voltar ao local e devolver o troco errado? E há aqueles que ainda agradecem a Deus, por terem sido beneficiados com o erro de seu semelhante, nem querem pensar que as empresas são frias e certamente vão cobrar do funcionário que deu o troco errado.
■Orgulho = Quem de nós não deixou de pedir desculpas, ou de reconhecer um erro? E há aqueles que erram duas vezes na mesma coisa e como já se desculpou na primeira vez, entendem não ser necessário um novo pedido de desculpas e, pior ainda, há os que plantam uma sementinha para induzir o outro ao erro e ficar com a glória de ter descoberto o erro em tempo de corrigi-lo, ou então, em tempo de afundar seu semelhante em descrédito.
Existem defeitos do EGO para um texto de vinte páginas ou mais, mas acredito que estes sejam alguns dos mais corriqueiros.

Assim somos nó, e é assim que as coisas funcionam! Portanto, precisamos reconduzir o papel de colaborador ao nosso EU SOU para sermos realmente livres.

Agora que sabemos como as coisas funcionam fica mais fácil visualizar o que estamos deixando o nosso EGO fazer conosco.

A que se ressaltar que o EGO não é de todo ruim e muitas e muitas vezes, deixamos de entrar em algumas frias, graças a sua memória ou uma atitude sua que nos induz a não tomar decisões erradas ou fazer algo de que possamos nos arrepender, mas sem dúvida alguma, não podemos permitir que ele seja o nosso senhor.

Precisamos lutar contra nosso escravizador! Vencê-lo? Não seria bem o termo, mas podemos fazer com que entre em harmonia com o nosso EU SOU e trabalhem juntos, em nosso benefício.

Buscar autoconhecimento, trabalhar a energia pessoal, mudar para a alimentação natural, fazer exercícios físicos regulares, se espiritualizar, despertar a cura interior eliminando os focos de doenças que começam no corpo etérico, mas é quando atingem a matéria que sofremos com ela e seus sintomas.

Para evoluir precisamos de conscientização, exercícios físicos, mentais e espirituais, disciplina, meditação, reflexão, vontade de mudar, fé, precisamos dar mais ouvido ao nosso EU SOU, eliminar as vaidades, os vícios, falar menos e ouvir mais, compartilhar ao invés de só pedir, ser justo e honesto.

Amor, Felicidade, Luz, Paz, Sabedoria, Saúde, Prosperidade e Verdade em Abundância e em todos os Níveis e Dimensões para você, seus familiares e para o nosso amado Planeta Terra!


"EU SOU" GRATO!

texto de
Julio Lótus
Muito obrigada!

domingo, 11 de julho de 2010

“IMAGEM VERDADEIRA, HARMONIA, PERFEIÇÃO”


Jissô Enman Kanzen.








O Jissô é a nossa Imagem Verdadeira, a essência de todos os homens, pois somos todos a auto-manifestação de Deus, ou seja, sempre fomos todos perfeitos.

Enman significa Harmonia. Todos nós precisamos nos harmonizar com todas as coisas do Céu e da Terra, assim irradiamos uma atmosfera agradável e harmoniosa ao nosso redor, sem nem percebermos.

Kanzen é Perfeição. A Imagem Verdadeira de todos os homens são perfeitos e não há defeito algum. Nós é que, caindo em "ilusão" criamos "defeitos que não existem". Precisamos sempre mentalizar a Perfeição, por mais que situação atual seja desastrosa.

Mentalizamos então:Imagem Verdadeira Harmonia Perfeição,ou,
se preferir, mentalize em japonês: Jissô Enman Kanzen.
Faça por alguns minutos , vusualizando seu eu interior.

Agradeça sempre

Muito obrigada